Em adultos jovens, a principal causa de acidentes é por causas externas, principalmente violentas. Quedas representam um sério problema para as pessoas idosas e estão associadas à elevados índices de morbimortalidade, redução da capacidade funcional e institucionalização precoce.
O ambiente residencial pode aumentar o risco de quedas e deve ser incluído na programação de avaliação da pessoa idosa. Presença de escadas, ausência de diferenciação de degraus e corrimãos, iluminação inadequada, tapetes soltos, obstáculos (fios elétricos, pisos mal conservados etc) no local de circulação, são alguns dos riscos comuns observados.
Dados epidemiológicos
- O envelhecimento é processo natural e gradativo;
- Ocorre diminuição das reservas funcionais e orgânicas;
- Quedas são a 6ª causa mais comum de óbitos em pacientes com mais de 65 anos e são a causa de 12% dos óbitos da população geriátrica.
Em idosos, quedas representam grande parte dos acidentes, e inclusive representam uma grande quantidade de mortes (ou pela queda, ou por complicações que pode adquirir no internamento por conta da queda).
- Mulheres são mais susceptíveis a osteoporose, principalmente após a menopausa.
- O osso fica mais poroso, de modo que pode ter mais fraturas espontâneas, de modo que muitas vezes a queda é por consequência da fratura, não o contrário.
Causas e fatores de risco
➢ Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha
➢ Tontura/vertigem/síncope
➢ Alteração postural/hipertensão ortostática
➢ Lesão no SNC
➢ Redução da visão Fatores intrínsecos: decorrem das alterações fisiológicas relacionadas ao avançar da idade, da presença de doenças, de fatores psicológicos e de reações adversas de medicações em uso.
Por exemplo: idosos com mais de 80 anos; sexo feminino; imobilidade; quedas precedentes; equilíbrio diminuído; marcha lenta e com passos curtos; baixa aptidão física; fraqueza muscular de MMII e MMSS (hand grip); alterações cognitivas; doença de Parkinson; polifarmácia; uso de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos.
A grande perda de massa muscular nos idosos pode causar essa fraqueza.
Alterações fisiológicas do envelhecimento
➢ Diminuição da visão
➢ Diminuição da audição
➢ Sedentarismo
➢ Distúrbios musculo-esqueléticos (fraqueza muscular e degenerações articulares)
➢ Alterações na postura
➢ Alteração de equilíbrio e locomoção
➢ Deformidades nos pés
Doenças que predispõem a queda
➢ Doenças cardíacas
➢ Doenças pulmonares
➢ Doenças neurológicas (derrame cerebral, demência, doença de Parkinson, Alzheimer)
➢ Doenças genitourinárias
➢ Osteoporose
➢ Artrose
➢ Labirintite
Casa segura para idoso
Sala: Ajuste a altura de poltronas e sofás e priorize poltrona individual com apoios laterais, facilitando a levantar; coloque antiderrapante na parte inferior do tapete (o ideal é não ter); evite excesso de móveis, e dê preferência a móveis arredondados (evitar lesões graves).
Cozinha: Torneiras com alavanca facilitam o manuseio; fogão e bancada da pia com altura (80cm) que facilite; colocar utensílios mais usados de fácil acesso, de preferência pratos e copos de plástico ou metal; utensílios como panelas com alças laterais (para dividir o peso e evitar queimaduras); evitar subir em bancos para pegar coisas; verificar se desligou o gás sempre.
Quarto: Colocar uma cama com altura correta (que o idoso sentado bote os pés no chão); interruptores perto da cama (ou abajur); barras de apoio para levantar da cama; armários com altura que permita fácil acesso; janelas acessíveis, leves e simples de abrir.
Banheiro: Trancas que abrem por dentro e por fora (para eventualidades); vaso sanitário em altura maior para facilitar levantar; instalar barras de apoio; piso antiderrapante e fosco; box com porta de correr, adesivos antiderrapantes no piso, barras de apoio e cadeiras especiais para banho.
Quintal: Corrimãos no quintal para estimular caminhadas e interação (evitando isolamento social); evitar desníveis e optar por rampas com corrimãos em vez de degraus; se a parte exterior não for muito iluminada, pintar as bordas dos degraus de branco para uma melhor visualização, ou instalar luzes externas.
A Caderneta da Pessoa Idosa é um instrumento que ajuda identificar os idosos que caem com mais frequência, principalmente, nos últimos 12 meses. Na visita domiciliar, o agente comunitário de saúde pode identificar esse problema e encaminhar para a equipe de Atenção Básica/Saúde da Família.
Estudante de Medicina e Autora do Blog Resumos Medicina
Veja também:
- Prevenção de acidentes em idosos23 Dez 2020 Dicas
- Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica e Carcinoma Hepatocelular21 Dez 2020 Patologia
- Sistema Endócrino 3 - Obesidade17 Dez 2020 Casos Clínicos
- Meningococcemia16 Dez 2020 Clínica Médica
- Asma14 Dez 2020 Patologia
- INFLUENZA(gripe)11 Dez 2020 Microbiologia
- Depressão09 Dez 2020 Psicopatologia
- Anestésicos Gerais07 Dez 2020 Uncategorized
- Síndrome Hipertensiva04 Dez 2020 Clínica Médica
- Rinite02 Dez 2020 Clínica Médica