Exame Geral:Pele, Subcutâneo, Mucosa, Fâneros e Linfonodos/Gânglios..

Sumário

Pele

 Antes de começar o exame físico geral é importante entender como é constituída a pele.

A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano. Ela recobre aproximadamente 2 m² do corpo e é a principal barreira contra o meio externo. Esse órgão protege nosso corpo contra atrito, patógenos, perda excessiva de água e atua em sua termorregulação. Além disso, contém receptores que permitem a percepção de dor, tato, temperatura e pressão.

camadas da pele

Anatomicamente, a pele está estratificada em três camadas distintas, mas que, no funcionamento, estão intimamente relacionadas: epiderme, derme e hipoderme 

camadas da pele

Epiderme

A epiderme (do grego epi = acima; derma = pele) é a camada mais superficial e também a mais importante da pele. É constituída por um epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado (várias camadas de células achatadas justapostas). Tem espessura irregular, variando conforme a região do corpo, sendo mais fina nas pálpebras e mais espessa nas palmas e plantas.
Apresenta cinco camadas distintas: a camada basal (estrato germinativo), a camada espinhosa, a camada granulosa, o estrato lúcido e a camada córnea. As células dessas camadas, os queratinócitos, derivam da camada basal.

A superfície da epiderme é relativamente plana, com exceção das áreas de dobras cutâneas, submetidas a extensões e contrações. É marcada por uma rede de sulcos que a dividem em  pequenos polígonos, correspondentes às áreas de elevação da epiderme pelas papilas dérmicas. A base da epiderme é sinuosa, formada por cones epidérmicos que se projetam na derme e se encontram intercalados com projeções digitiformes da derme denominadas papilas. Essa disposição confere grande adesão da epiderme à derme e maior superfície de contato entre elas, permitindo uma área eficaz de troca entre esses dois componentes. À epiderme, chegam terminações nervosas minúsculas da dor, porém, não existem nervos nem vasos sanguíneos. Os nutrientes e o oxigênio alcançam a epiderme por difusão, a partir dos vasos sanguíneos da derme.

Derme

A derme está localizada sob a epiderme e apresenta espessura variável de 0,3 a 3 milímetros, de acordo coma região do corpo. É um tecido de sustentação da epiderme, formado por um denso estroma fibroelástico de tecido conectivo, em meio à substância fundamental, que serve de suporte para extensas redes vasculares e nervosas e anexos cutâneos que derivam da epiderme.

Na derme, se localizam os vasos sanguíneos e linfáticos que vascularizam a epiderme, nervos  motores autonômicos e nervos sensoriais somáticos.  Também encontramos as glândulas Sebáceas, glândulas sudoríparas e folículos pilosos.

Hipoderme

A hipoderme (do grego hipo = abaixo; derma = pele), também denominada de tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, localizada abaixo da derme e unindo-a à fáscia muscular subjacente.

 É um tecido complexo constituído por adipócitos, as células especializadas no armazenamento de gordura. A hipoderme atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico. Está organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.

Funções da Pele

A pele é um órgão de defesa e de revestimento externo, com capacidade de se adaptar às variações do meio ambiente e às necessidades do organismo que protege, cobrindo-o em sua totalidade. É multifuncional, desempenhando funções essenciais para a vida, como termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção contra agressões exógenas (químicas, físicas ou biológicas) e contra a perda de água e de proteínas para o meio externo. Recebe também estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura.

Anamnese

A anamnese é realizada ao primeiro contato com o paciente e tem a função de colher informações para posterior diagnóstico e tratamento. para se realizar uma boa anamnese é necessário seguir um roteiro de forma padronizar e organizada para não perder a linha de raciocínio. Além disso, é muito importante que o profissional saiba realizar as perguntas corretamente e que também seja um bom ouvinte, não esquecendo de dar tempo para que o paciente pense e formule a sua resposta.

É indispensável que todos os detalhes sejam anotado. 

Em relação a pele, é necessário investigar:

  • História da Moléstia Atual (no caso: Lesão de pele)

É a parte da anamnese onde contém informações sobre o processo saúde-doença do paciente. 

Deve conter a totalidade e os detalhes dos sintomas pertinentes ao caso, caracterizados adequadamente. Deve ser escrita de forma organizada e obedecendo a uma ordem temporal de instalação dos sintomas, do mais antigo para o mais recente e não esquecer de anotar a evolução dos sintomas e possíveis tratamentos realizados.

Para caracterizar os sintomas utiliza-se:

1. Cronologia
2. Localização Corporal
3. Qualidade  
4. Quantidade  
5. Circunstâncias  
6. Fatores agravantes e atenuantes  

7. Manifestações associadas
8. Consultas, exames e tratamentos anteriores e resultados obtidos 

  • Antecedentes Médicos e Familiares

Exame Físico da pele

Como sabemos, na maioria das vezes, nas consultas médicas, primeiro realiza-se a anamnese e depois o exame físico. Porém, quando se trata da pele a ordem é inversa. É necessário primeiramente, inspecionar e palpar a pele/ lesão para depois colher os dados da anamnese.

Inspeção

Nessa etapa do exame físico, o médico, se possível, deve observar a pele do seu paciente em um ambiente que possua luz solar ou luz fluorescente e essa luz deve vir de trás do examinador. A pele do local a ser examinada deve estar exposta para que o médico tenha uma melhor visualização da lesão e das áreas circunvizinhas.

Alguns materiais podem ser utilizados durante esta etapa: Lupa, lanterna, dermatoscopio, entre outros.

Palpação

Durante a palpação, o médico irá avaliar a SUPERFÍCIE e a CONSISTÊNCIA da pele. Isso é realizado através da:

  • Compressão 
  • Digito ou vitropressão.

Compressão

Permite confirmar a presença de edema pela depressão que provoca . Através da compressão é possível verificar por exemplo, sinal de Godet ou de Cacifo e dermografismo.

Sinal de Godet ou Cacifo

Sinal de cacifo ou sinal de Godet é um sinal clínico avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, a fim de se evidenciar edema. É considerado positivo se a depressão (“cacifo”) formada não se desfizer imediatamente após a descompressão.

Classifica-se o edema em graus de escala ascendente: quando atinge membros inferiores até a tíbia (edema uma cruz +), estendem-se as coxas e também aos membros superiores (edema ++), alastra-se por todo o corpo, excluindo as cavidades serosas (+++) e, finalmente, constitui o derrame generalizado ou anasarca (++++).

Sinal de Cacifo
sinal de godet

Dermografismo

É um tipo de alergia na pele, caracterizada pelo inchaço (edema) após estimulo causado pelo “arranhão” ou contato de objetos ou roupas com a pele, podendo vir acompanhado de coceira e vermelhidão ao redor do local.

dermografismo

Digitopressão ou Vitropressão

Pressiona-se com os dedos ou com uma lâmina de vidro (vitropressão) a lesão cutânea, expulsando o sangue por esvaziamento  dos vasos da área pressionada. Permite diferenciar ERITEMA da PÚRPURA (não desaparece), reconhecer lesões granulomatosas (ex: tuberculose cutânea) e estudar o nevo anêmico.

digito pressao

Eritema

Mancha de coloração vermelha por vasodilatação que desaparece com a digito ou a vitropressão. Pode assumir tonalidades e padrões variados, como: Eritema cianótico, rubro ou exantemático.

vitropressão 2

Púrpura

Mancha vermelho-violácea que não desaparece a digito a vitropressão, formada por sangue extravascular visível, ou seja, por extravasamento de hemácias na derme. Apresentam-se como Equimoses* e petéquias*

digito pressão

Exame Geral da Pele

No exame geral da pele deve-se avaliar:

1- Umidade

2- Turgor

3- Elasticidade 

4- Mobilidade

Umidade

A apreciação da umidade começa à  inspeção, mas a confirmação é através da palpação. Pode ser encontrado: 

  • Umidade normal
  • Pele seca: comum em pessoas que sofrem avitaminoses, estão desidratadas ou são idosas.
  • Umidade aumentada: em casos de febre , hipertireóidismo e ansiedade
umidade da pele 2
umidade da pele 1

Turgor

Ocorre quando uma prega da pele é pinçada (com o polegar e o dedo indicador) e retorna ao seu local de origem quando solta. Pode ser classificada como:

  • Normal : A pele com turgor normal volta rapidamente à posição normal após a “pinça” ser desfeita.
  • Diminuída: A pele com turgor diminuído permanece levantada e volta muito lentamente para a posição normal após a “pinça” ser desfeita.
turgor normal
turgor diminuido

Elasticidade

É a propriedade da pele se estender. Para avaliar a elasticidade, pinça-se (com o polegar e o indicador) a pele e a estende, pode-se encontrar a elasticidade da pele:

  • Normal 
  • Aumentada ou hiperelástica
  • Diminuída ou hipoelástica ( comum em pacientes desnutridos e desidratados)

MObilidade

Capacidade da pele de se movimentar. Para avaliar, pousa-se a mão sobre a pele  e movimenta-a para todos os lados. Quanto a mobilidade pode-se encontrar:

  • Normal
  • Aumentada (comum em idosos)
  • Diminuída 
  • Ausente

Lesões Elementares

Lesões elementares são modificações da pele derivadas de processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, “defeitos de formação” ou transtornos do metabolismo.

Em relação as lesões elementares é necessário avaliar:

  • Manchas – Pigmentares ou vasculares
  • Elevações edematosas
  • Formações sólidas
  • Coleções líquidas
  • Alterações de espessura
  • Perdas e reparações
  • Conjunto de lesões elementares = erupção monomórficas (urticária) ou Polimórfica (varicela)
  • Exantema -> Erupção cutânea causada por vírus ou bactéria 

Características a serem descritas:

  • Quantidade – Lesão única ou múltipla
  • Localização
  • Definir anatomicamente onde se encontra a lesão
  • Tamanho – Medir com fita métrica ou estimar comparando com o seu dedo da mão (conhecer suas medidas anatômicas)
  • Forma:

-Puntiforme: arredondada de aproximadamente 1 mm

puntiforme

-Lenticular: Ovaladas, do tamanho de uma lentilha.

Lenticular

-Numular: Arredondadas, forma de "moeda"

Numular

-Arciformes: Forma de arco

Arciforme

-Numulares: Em forma de anel

Anular
  • Contorno (borda)

Regular

IRREGULAR

borda regular
borda irregular

Bem Definido

Mal Definido

borda bem definida
borda mal definido
  • Cor
  • Superfície (lisa, áspera, rugosa, descamativa)
  • Temperatura
  • Consistência 
  • Sensibilidade

Alterações de cor - Manchas Pigmentares

Ocorre por deposição de melanina pigmentos endógenos ou exógenos.

LEUCODERMIA ​

São manchas brancas por diminuição (hipocromia) ou ausência (acromia) de pigmento melânico (melanina) na epiderme.

Podem ser classificadas como: 

Hipocromia

Exemplos:

Pitiríase Alba, Pitiríase vesicolor e pitiríase rósea

PITIRÍASE ALBA​

pitiríase alba

Pitiríase Rósea

pitiríase rósea

ACRÔMICAS​

Exemplo:

Vitiligo 

Vitiligo 

vitiligo

HIPERCRÔMICAS​

Aumento de pigmento, mais comum pela deposição de melanina na epiderme.

Exemplos:

Sardas/efélides e melasma/cloasma.

Sardas

Sardas

Melasma

melasma

Hiperpigmentares

Ocorre devido ao aumento de outros pigmentos como prata, chumbo, ferro, entre outros.

Exemplo: tatuagem 

tatuagem 2

Alterações de cor - Vasculosanguíneas

Ocorre por vasoconstricção, vasodilatação, extravasamento, mal formação vascular.

Exemplos: Eritema/rubor, cianose, eritrodermia, telangiectasia, púrpura (equimoses e petéquias), mancha anêmica (agenesia vascular localizada), mancha angiomatosa.

Eritema

eritema

Eritema é um sinal clínico presente em várias patologias e caracterizado por um rubor da pele ocasionado pela vasodilatação capilar.

Cianose

cianose

Cianose é um sinal ou um sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele, leitos ungueais ou das mucosas. Ocorre devido ao aumento da hemoglobina não oxidada (desoxi-hemoglobina) ou de pigmentos hemoglobínicos anormais.

Eritrodermia

eritrodermia

Eritrodermia é uma dermatite descamativa inflamatória que envolve 90% ou mais da pele do paciente.

telangiectasia

telangiectasia

Dilatação Vascular capilar (de artérias ou veias de pequeno calibre – menor que 2 mm) Permanente na derme, superficial constituindo lesão linear, sinuoso, linear ou puntiforme.

Púrpura

Equimose

equimose

Área de extravasamento sanguíneo maior que 1 cm

petéquias

petéquias

Púrpura formada por pontos minúsculos, de até 1 cm de diâmetro.

Mancha anêmica

mancha anemica

Mancha branca permanente por diminuição ou ausência de vasos sanguíneos. Consiste em área clara na pele , geralmente bem delimitada , decorrente de hipogenesia vascular ou hiperreatividade às aminas vasoconstrictoras

Mancha angiomatosa

mancha angiomatosa

Aparece em decorrência de neoformação vascular na derme. Consiste de lesão eritematosa que regride quase que totalmente à digito ou vitropressão.

Elevações Edematosas

Ocorre por infiltração da derme ou hipoderme.

Exemplos: Urticária (dérmico) e angioedema (hipodérmico)

Urticária

urticária

Urticária é uma lesão de pele, cuja principal característica é a formação de urticas ou pápulas (elevações circulares, salientes e bem demarcadas), circundadas por vergões vermelhos (eritema) e inchaço (edema). 

Angioedema

Angioedema

É um edema semelhante a urticária mas que acontece nas camadas mais profundas da pele 

Lesões Sólidas

Resulta de um processo inflamatório ou neoplásico, atingindo isolada ou conjuntamente epiderme, derme e hipoderme.

Pápula

pápula

Lesão sólida, circunscrita, elevada ( que faz relevo em relação aos planos cirunjacentes) e menor que 1cm. Podem ser isoladas ou agrupadas. Inúmeras dermatoses poder causar esse tipo de lesão, como: leishmaniose, picada de inseto, blastomicose, verruga, acne, erupções medicamentosas, hanseníase, entre outros. Podem ser epidérmicas, dérmica ou mista

Nódulo

nódulo

Infiltrado sólido circunscrito, geralmente bem delimitado, persistente de localização dérmico ou hipodérmica, podendo ser situado profundamente na derme, medindo de 1 a 3 cm de diâmetro. Costuma ser mais palpável que visível.

Placa

placa

Lesão palpável, elevada, em platô. pode ser decorrente da confluência de várias pápulas ou não. Maior que 1 cm 

Nodosidade ou Tumor

nodosidade ou tumor

Formação sólida, circunscrita elevada ou não, maior do que 3cm.

OBS: o termo tumor é usado preferencialmente nas neoplasias.

Goma

goma

É um nódulo ou nodulosidade que se liquefaz na porção central e que pode ulcerar-se eliminando substância necrótica

Vegetação

vegetação

Pápulas pediculadas ou com aspecto de couve-flor, que sangra facilmente devido ao aumento da camada espinhosa, cristas epiteliais e as papilas dérmicas.

Possuem consistência mole, agrupada em menores ou maiores quantidades. Pode ocorrer na tuberculose, leishmaniose, sífilis, condiloma acuminado, granuloma venéreo, neoplasias, entre outros.

Verrucosidade

verrugas

Papula ou placa papulosa de superfície dura, inelástica e amarelada por aumento peculiar da camada córnea.

Coleções Líquidas

São lesões de conteúdo líquido, podendo conter em seu interior, serosidade, sangue ou pus.

Vesícula

vesícula

Elevação circunscrita contendo líquido claro de até 1 cm de tamanho. O liquido primitivamente claro pode se tornar turvo ou rubro.

Bolha ou Flictema

Bolha ou flictema

Elevação contendo líquido claro maior que 1 cm em tamanho. O liquido primitivamente claro, pode se tornar turvo, ou rubro, formando-se bolha purulenta ou hemorrágica.

Pústula

Pústula

Elevação circunscrita contendo pus até 1cm em tamanho. É um abcesso superficial.

Abcesso

Abcesso

Coleção de pus ou subcutâneo circunscrita proeminente ou não de tamanho variado.

Hematoma

hematoma

Trata-se de lesão formada por derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes, diferindo-se da equimose por haver alteração de espessura. O hematoma pode infectar e surgirem de sinais flogísticos, podendo fazer com que o conteúdo hemorrágico torne-se purulento.

Alterações de espessura

Exemplos: Queratose, Liquenificação, edema, esclerose, atrofia.

Queratose

queratose

É o espessamento da pele por aumento da camada córnea, tornando-se áspera, dura, inelástica e com a superfície amarelada. Pode ser mais facilmente encontrada nos calos das mãos (Queratose palmar) e dos pés (Queratose plantar). Além disso, pode ser vista na ictiose.

Liquenificação

liquenificação

Lesão caracterizada pelo espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor própria, apresentando aspecto quadriculado de malhas poligonais bem definidas em rede. Comumente a pele torna-se castanho-escura e pode ser vista em eczemas liquenificados ou em áreas de repetidas coçaduras.

Edema

edema

Edema é o aumento da espessura com cor própria da pele ou rósea branca. É determinada pelo acumulo de liquido na derme e/ou hipoderme.

Esclerose

esclerose

Alteração da espessura com aumento da consistência da pele, que pode estar espessada ou adelgaçada. Resulta da fibrose do colágeno

Atrofia

atrofia da pele

Lesão por diminuição da espessura da pele. Ocorre redução de número e volume dos constituintes teciduais, fazendo-a adquirir aspecto fino, liso, translúcido e pregueado. É comum na senilidade, situação em que é fisiológica. No entanto, pode acontecer em estrias atróficas e radiodermites. Chama-se estria a atrofia linear da pele, comum em mulheres grávidas, obesos e na ascite: situações de distensão excessiva da pele no local.

OBS: Conjunto de lesões elementares = Erupção e elas podem ser classificadas como:

Monomórficas ou polimórficas.

Monomórficas

Urticária

urticaria

Polimórficas

Varicela

varicela

OBS: Exantema –  é um tipo de erupção causada por uma infecção viral ou bacteriana- comum no sarampo. 

O exantema pode ser classificado como: 

Morbiliforme e Escarlatiniforme

Morbiliforme

morbiliforme

Comum em quadros de sarampo

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Escarlatiniforme

escarlatiniforme

Manchas características da escarlatina – doença causada por estreptococos que se manifesta na forma de vermelhidão generalizada na pele acompanhada de alterações na textura da mesma ( a pele se torna áspera, com aspecto de “lixa”)

Perdas e Reparações teciduais

Lesões oriundas da eliminação ou destruição patológicas e de reparações em tecidos subcutâneos.

Exemplos: Erosão, escoriação, escama, úlcera, fissura, crostas, cicatriz, queloide.

Erosão

erosão

Perda superficial que atinge somente a epiderme

Escoriação

escoriação

Lesão linear causada por coceira e ou arranhões.

Escama

escama

É a massa furfurácea (aspecto de farelo), micácea ou foliácea (em tiras) que se desprende da superfície cutânea por alteração de queratinização. Os exemplos mais comuns são: caspa, ptiríase versicolor, psoríase e queimaduras na pele por raios solares.

Úlcera

ulcera

É uma ulceração persistente de evolução crônica.

ULCERAÇÃO: Perda de epiderme e derme eventualmente atingindo a hipoderme e outros tecidos.

Fissura

fissuraa

Perda linear da epiderme e derme no contorno de orifícios naturais ou em áreas de pregas ou dobras da pele.

Crostas

crosta

Resulta de dessecamento da serosidade, pus ou sangue de misturas com restos epiteliais.

Cicatriz

cicatriz

Lesão lisa, plana, saliente ou deprimida, aderente ou retrátil. Resultante da reparação de processo destrutivo da pele, associado à atrofia, fibrose e discromia. Não possui poros ou anexos cutâneos.

Queloide

queloide

Formação elevada formada por proliferação fibrosa da pele que não regride.

As lesões de pele podem ser PRIMÁRIAS ou SECUNDÁRIAS

Primárias

lesão primária

Ocorrem sobre a pele sadia

Secundária

Lesão secundária

Resulta de alterações das lesões primárias

Exame das mucosas

No exame geral da pele deve-se avaliar:

1- cor

2-Umidade

3- Integridade

Olhos icterícia
Olhos
mucosa palato
mucosa boca

A mucosa normal é róseo-avermelhada, lisa e úmida. Nas anemias, conforme sua intensidade, as mucosas tornam-se mais ou menos descoradas, podendo apresentar-se extremamente pálidas. Nas icterícias, apresenta-se amarelada devido à impregnação pelo pigmento biliar, mais bem vista na conjuntiva ocular e no palato mole. Em doentes cianóticos, as mucosas são arroxeadas, principalmente a dos lábios e da língua. As mucosas são examináveis pela inspeção e por manobras que as exponham à visão do médico examinador.
As mucosas facilmente examináveis são:
• Conjuntivas oculares;
• Mucosas labiobucal;
• Mucosa lingual;
• Mucosa gengival

Coloração

Mucosa normal: róseo-avermelhada (mucosas normocoradas), decorrente da rica rede vascular das mucosas;

Mucosas descoradas: diminuição da cor róseo-avermelhada (mucosas descoradas). Nessa situação, deve-se quantificar a intensidade do descoramento usando uma escala de uma a quatro cruzes (+/4+; ++/4+; +++/4+ ou ++++/4+). O encontro de mucosas  escoradas é um achado que indica a existência de anemia;

Mucosas hipercoradas: é a acentuação da coloração normal. Elas traduzem o aumento das hemácias naquela área, como por exemplo, nas conjuntivites, glossites, gengivites e poliglobulias (doenças respiratórias, altitudes e policitemia vera). Algumas vezes, observa-se mudança da tonalidade – vermelho-arroxeada;

Mucosas cianóticas (cianose): é a coloração azulada das mucosas;

Mucosas ictéricas (icterícia): é a coloração amarelada ou amarelo-esverdeada das mucosas. Decorre sempre do aumento do nível sérico da bilirrubina, que pode ser devido a: aumento de produção da bilirrubina não conjugada (síndromes hemolíticas); defeito na excreção da bilirrubina conjugada pelo fígado (funcional, lesão hepatocelular ou hepatocanalicular); obstáculo mecânico ao fluxo da bile nas vias biliares (intra-hepática ou extra-hepática). A icterícia deve ser pesquisada à luz do dia, de preferência na conjuntiva ocular, no palato mole e no freio da língua, pois essas são estruturas ricas em tecido elástico, o qual tem grande afinidade pelo pigmento biliar. Algumas pessoas apresentam a pele corada de amarelo (hipercarotenemia) e podem ser diferenciadas da icterícia verdadeira – essas substâncias não impregnam as conjuntivas oculares.

Mucosas leucoplásicas (leucoplasia): são as mucosas esbranquiçadas.

Umidade

Traduzem o estado de hidratação do paciente. Podem ser:

Mucosas úmidas: umidade normal;

Mucosas secas: perdem o brilho, os lábios e a língua fi cam pardacentos
e ressequidos, indicando desidratação.

 Presença de lesões: tumorações, ulcerações, petéquias, hematomas, etc.

Integridade

Observar se a pele está integra ou se existe algum tipo de lesão. caso haja lesão, importante descrever com o máximo de informações possíveis

Exame de fâneros - Cabelos

No exame geral de fâneros – CABELOS deve-se avaliar:

1- Implantação

O tipo de implantação varia de acordo com o sexo. Na mulher a linha de implantação é mais baixa, enquanto no homem é mais alta e formam as “entradas” laterais. Diversos distúrbios endócrinos acompanhados de hipogonadismo no homem determinam implantação feminóide dos cabelos. Alterações endócrinas nas mulheres  com hiperprodução de substâncias androgênicas invertem o tipo de implantação nos cabelos.

2-Distribuição

A distribuição é uniforme e, quando aparecem áreas desprovidas de cabelos, são chamadas ALOPÉCIA, cujas causas são múltiplas.

Existem também a CALVÍCIE que pode ser parcial ou total. A calvície parcial assume diferentes formas e podem ser de vários graus 

ALOPÉCIA – Ausência de pelos em locais pilosos em uma determinada área

CALVÍCIE – Forma de alopécia caractrizada por uma gradual e progressiva perda de cabelos, devido a fatores hereditários

3-Quantidade

Normal, hipertricose, hirsutismo, hipotricose e alopécia

4-Coloração

Varia com a etnia e em função de características geneticamente transmitidas. As cores básicas são:

Cabelos pretos

Cabelos castanhos

Cabelos loiros

Cabelos ruivos

As modificações da coloração podem ser artificiais  ou consequentes de enfermidades.

Uma alteração interessante é a que se observa nos meninos com desnutrição proteica grave, nos quais os cabelos se tornam ruivos

5-Brilho

Normal, aumentado, diminuído

6-Textura

 O cabelo pode ser fino ou espesso e também reto, encaracolado ou cacheado

7- Umidade

Normal, úmido, seco.

8- Elasticidade

Normal, mole ou quebradiço

 

EXAME DE FÂNEROS - CABELOS​

As unhas são formadas por células queratinizadas que se originam na matriz, são constituídas de epiderme com as suas diversas camadas, exceto a granular.

No exame geral de fâneros – UNHAS deve-se avaliar:

1- Implantação

2- Forma

3- Superfície 

4- Espessura

5- Consistência 

6- Brilho

7- Coloração

unha composição

A unha normal implanta-se formando um angulo menor que 160 graus, apresenta apenas uma curva lateral nítida, a superfície é lisa, brilhante, tem cor róseo-avermelhada, e espessura e a consistência são firmes. No hipocratismo digital, o ângulo de implantação é cerca de 180 graus. As unhas dos pés tem configuração variada.

Quanto á coloração, podem apresentar-se pálidas (anêmicas), ou adquirir uma tonalidade azulada, ou seja, cianótica.

A superfície pode tornar-se irregular, a espessura aumentar ou diminuir, o brilho pode desaparecer, e a consistência estar diminuída.

A ocorrência de manchas brancas é comum em pessoas sadias e são chamadas de leuconiquias.

As unhas podem apresentar-se parcialmente descoladas do leito, apresentando Onicólise. São observadas no hipertireoidismo.

Unhas distróficas são espaçadas, rugosas e de forma irregular. Frequentes em pessoas que trabalham descalças, sujeiras a repetidos traumatismos, em portadores de isquemia crônica dos membros inferiores ou de onicomicose.

Alterações da forma podem ser notadas em estados carenciais, onicomicoses, nefropatias crônicas, hepatopatias crônicas, psoríase e em pessoas que lidam com substâncias causticas (pedreiros, lavadeiras)

Coiloníquia ou unha de colher é um estado distrófico na qual a placa ungueal torna-se fina e desenvolve-se uma depressão. Tais alterações ocorrem na anemia ferropriva grave e são provocadas por irritantes locais.

angulo de implantaçao das unhas

Ângulo de implantação da unha

Onicólise

onicólise

Onicodistrofia

onicodistrofia

Observar também as regiões que rodeiam as unhas, pois processos inflamatórios de origem micótica aí se assentam com frequência. São Paroníquias, muito comuns em pessoas que tem a s mãos em constante contato com água. (lavadeiras, cozinheiras)

Por fim, deve-se observar se há sinais indicativo de Onicofagia (hábito de roer as unhas), que é indicativo de ansiedade.

EXAME DE FÂNEROS - pelos

Estão contidos nos folículos polissebáceos que, por sua vez, resultam da invaginação da epiderme.

Até a puberdade os pelos são finos, escassos e de cor castanho-clara ou mesmo amarelados. Com a instalação da puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos vão adiquirir as caracteristicas e distribuição do adulto, próprias de cada sexo, havendo grandes variações raciais e individuais.

No exame geral de fâneros – PELOS deve-se avaliar:

1- Implantação

2- Forma

3- Superfície 

4- Espessura

5- Consistência 

6- Brilho

7- Coloração

No HOMEM aparecem barba, pelos nos troncos, e os pelos pubianos tomam a forma de losango.

na MULHER não aparece barba, nem pelos no tronco, os pelos pubianos se implantam na forma de triângulo de vértice voltado para baixo.

Quanto a espessura, consistência, brilho e comprimento, da mesma maneira que os cabelos, podem tornar-se secos, quebradiços e sem brilho pelos mesmos motivos já analisados.

As alterações de distribuição e de quantidade costumam ocorrer associadamente e obedecem aos mesmos mecanismos . O principal achado clínico é a HIPERTRICOSE e o HIRSUTISMO 

HIPERTRICOSE – Consiste no aumento exagerado de pelos terminais , ou seja, crescimento aumentado de pelos em qualquer área do corpo.

HIRSUTISMO –  Hirsutismo é um aumento da quantidade de pelos na mulher em locais comuns ao homem. Embora seja raro, costuma afetar as mulheres durante os anos férteis e após a menopausa. Geralmente, está associado à irregularidade menstrual, alterações hormonais, infertilidade e acne, mas muitos casos não têm causa definida.    

pelos em mulher e homem

EXAME DE gânglios ou Linfonodos

Os linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos.

são pequenos órgãos distribuídos por todo o sistema linfático, que percorre o organismo humano. São conectados pelos vasos linfáticos, sendo parte essencial desse sistema de proteção.

No sistema linfático, os vasos são responsáveis por conduzir a linfa por todo o organismo. Nele, os linfonodos têm como função realizar a filtragem das substâncias que podem ser nocivas ao sistema. Suas células imunológicas auxiliam no combate e na destruição de germes e impurezas presentes no corpo.

Os linfonodos são responsáveis pela produção e pelo armazenamento dos glóbulos brancos, as principais células do sistema imunológico, responsáveis pelo combate a infecções e outras doenças.

A estrutura dos gânglios linfáticos e sua distribuição no corpo humano são fundamentais para a detecção e combate de corpos estranhos. Caso algum microrganismo entre no sistema, ele será invariavelmente detectado nos linfonodos. Nesse momento começam a ser produzidas as células de defesa, de modo que o gânglio se torna inchado, o que resulta naquilo que popularmente se conhece como íngua.

Linfonodos aumentados e doloridos significam que o organismo está combatendo algum tipo de infecção, ou seja, é um indicativo de que seu corpo está reagindo a qualquer que seja o invasor.

Os linfonodos têm forma oval, semelhante a um grão de feijão, que podem medir até, no máximo, dois centímetro, em condições normais. Estão espalhados em vários locais do organismo e são denominados de:

1- Occiptal

2- Retroauricular

3- Pré-auricular

4- Tonsilar

5- Submandibular

6- Cervical anterior

7- Cervical Posterior

8- Supra clavicular

9- Sub Clavicular

10- Axilar

11- Epitroclear

12- Inguinal 

13- Poplíteo

Durante o exame físico geral, é obrigatória a investigação sistemática dos
gânglios linfáticos, que é realizada inicialmente pela inspeção e complementada
pela palpação. A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos
dedos médio, indicador e anular.
Devem ser pesquisados:
• Grupo ganglionar da cabeça e pescoço;
• Grupo ganglionar das axilas;
• Grupo ganglionar das virilhas.

OBS: Não esquecer de examinar o gânglio poplíteo.

Observar durante o exame:

1- Localização

2- Tamanho

3- Número

4- Consistência

5- Sensibilidade

6- Mobilidade X aderência

7- Confluência

linfonodos localizacão frente
linfonodos localização

OBS:

•Linfonodos occipitais e retroauriculares recebem a linfa do couro cabeludo, pavilhão auricular e ouvido interno;
• Linfonodos submandibulares, amigdalianos e submentonianos coletam
linfa da orofaringe, língua, lábios, dentes e glândulas salivares;
• Linfonodos cervicais profundos e supraclaviculares recebem linfa dos órgãos intratorácicos e intra-abdominais;
• Linfonodos axilares recebem linfa dos membros superiores, mamas, parede torácica e órgãos intratorácicos;
• Linfonodos inguinais coletam a linfa da genitália externa, períneo, ânus,
órgãos genitais internos e membros inferiores.

Bibliografia

PORTO, C. C. Semiologia Médica. 7 edição. 2014.
http://editoradoseditores.com.br/loja-virtual/wp-content/uploads/2018/09/capitulo_02_dermatologia-1.pdf
https://semiologiamedica.ufop.br/anamnese-
http://www.escs.edu.br/arquivos/lesoeselementares.pdf
https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-653.html
https://paginas.uepa.br/eduepa/wp-content/uploads/2019/06/MANUAL-DE-SEMIOLOGIA-MEDICA.pdf
https://www.passeidireto.com/arquivo/66205377?utm_campaign=ios-arquivo&utm_medium=mobile
https://www.stoodi.com.br/blog/biologia/linfonodos/
https://www.drakeillafreitas.com.br/inguas-e-suas-causas/
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Estudante de Medicina, Fonoaudióloga e Autora do Blog Resumos Medicina

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