Seu Tertuliano tem 69 anos, morava na roça e está há 5 meses na casa de sua filha Maria na Comunidade Bem Ti Vi porque sente muita dor nas costas que não o deixa dormir. Ele fuma charuto há mais de 50 anos cerca de 5 a 10 charutos por dia. Maria solicitou à ACS Josefina para vê-lo e tentar convencê-lo a parar de fumar. Josefina avaliou seu Tertuliano e observou que ele apresentava uma ferida na boca, então perguntou a ele se estava sentindo dor no local, este lhe disse que incomoda um pouco quando fuma ou vai comer. Então ele perguntou a ACS se essa ferida poderia estar causando dificuldade em diferenciar os tipos de sabor e o cheiro dos alimentos.
Josefina explicou a Seu Tertuliano que o fumo traz muitos riscos para a saúde de quem fuma e das pessoas que com ele convivem, pode causar muitas doenças, o orientou a evitar de fumar em casa para não prejudicar sua filha e em ambientes fechados e lhe disse que precisaria ser avaliado pelo médico. Seu Tertuliano tem 69 anos, morava na roça e está há 5 meses na casa de sua filha Maria na Comunidade Bem Ti Vi porque sente muita dor nas costas que não o deixa dormir. Ele fuma charuto há mais de 50 anos cerca de 5 a 10 charutos por dia. Maria solicitou à ACS Josefina para vê-lo e tentar convencê-lo a parar de fumar. Josefina avaliou seu Tertuliano e observou que ele apresentava uma ferida na boca, então perguntou a ele se estava sentindo dor no local, este lhe disse que incomoda um pouco quando fuma ou vai comer. Então ele perguntou a ACS se essa ferida poderia estar causando dificuldade em diferenciar os tipos de sabor e o cheiro dos alimentos.a forma, agendou um encontro com o grupo de Apoio da comunidade e marcou uma consulta na UBS.
Tabagismo
O tabagismo é um dos mais importantes problemas de saúde pública característico apenas da espécie humana. Apesar dos 40 anos passados desde o primeiro documento governamental (Surgeon General Report) sobre os prejuízos do fumo à saúde, o mesmo persiste como uma das principais causas preveníveis de morte no mundo.
A Organização Mundial de Saúde afirma que o tabagismo deve ser considerado uma pandemia, já que, atualmente, morrem, no mundo, cinco milhões de pessoas, por ano, em consequência das doenças provocadas pelo tabaco, o que corresponde a aproximadamente seis mortes a cada segundo. Do total de mortes ocorridas, quatro milhões são no sexo masculino e um milhão no sexo feminino. No ano de 2025, ocorrerão 10 milhões de mortes decorrentes do uso do tabaco, se não houver mudança nas prevalências atuais de tabagismo.(2)
O cigarro mata mais que a soma de outras causas evitáveis de morte como a cocaína, heroína, álcool, incêndios, suicídios e AIDS, nos países desenvolvidos. Não se pode esquecer que 2/3 da população está em países pobres e, nesses a fome e a desnutrição são a principal causa de morte também evitável.
O tabagismo é uma doença (dependência de nicotina) que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes. Além disso, envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo.
Esse movimento pode ser doloroso, pois significa uma mudança das relações afetivas até então mantida de forma quase exclusiva com os pais, ampliando-se a socialização para fora da família.
Dependendo do momento do desenvolvimento, o adolescente não sabe se deve agir como criança ou como adulto. Por outro lado, esta dificuldade é reforçada pelos próprios pais, que também se mostram inseguros com relação às possibilidades de atuação do adolescente de acordo com o seu momento de vida.
Como o Tabaco Age no Organismo
A fumaça do charuto é inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório fazendo com que a nicotina chegue de sete a 19 segundos ao cérebro. Além disso, o fluxo sanguíneo capilar pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em um minuto. Dessa forma, as substâncias inaladas pelos pulmões espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual à de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa. A fumaça do charuto e cachimbo é absorvida pela mucosa oral. Dessa forma, não há a necessidade de tragá-la, pois da cavidade oral a nicotina atinge rapidamente o cérebro.
Diferença Entre Cigarro e Charuto
Os charutos são muito tóxicos, assim como os cigarros. A diferença é que certas doenças estão mais associadas a cigarros, como enfisema pulmonar, enquanto outras são mais associadas a charutos, como câncer de boca, de língua, garganta e esôfago.
- Câncer de Pulmão
Um estudo desenvolvido nos EUA verificou que os fumantes de charutos têm um risco duas vezes maior de desenvolver câncer de pulmão que os não-fumantes. Já em um estudo semelhante desenvolvido na Europa o risco foi nove vezes maior.
- Câncer Oral
Usuários de charutos têm uma maior exposição da boca e da língua à fumaça, pois, na maioria, ao invés de tragar, mantém a fumaça, que por si já contém maiores teores dos compostos cancerígenos e uma maior alcalinidade, por mais tempo nessa área. Em conseqüência, o risco de desenvolver cânceres orais é maior. Como o charuto não possui filtro, fica em contato direto com os lábios, expondo essa região aos compostos tóxicos e cancerígenos presentes no produto.
- Câncer de Esôfago
Como os compostos tóxicos e cancerígenos são facilmente dissolvidos pela saliva, ao ser ingerida pelo fumante, há um aumento do câncer de esôfago quando comparado a não-fumantes.
O risco de desenvolver câncer de boca, de garganta e esôfago nos consumidores de charutos é mais que duas vezes mais alto em comparação com os não-fumantes.
Quem fuma apenas 1 a 2 charutos/dia aumenta duas vezes o risco de ter câncer oral e de esôfago, comparado a quem não fuma. Quem fuma de 3 a 4 charutos/dia aumenta mais de 8 vezes o risco de ter câncer oral e 4 vezes a chance de ter câncer no esôfago.
Isso acontece porque o fumante de charutos geralmente não traga a fumaça, que é mais irritante que a fumaça de cigarro, mas a mantém por mais tempo na boca, onde os compostos tóxicos e cancerígenos são mais absorvidos.
Além disso, a quantidade de tabaco queimada durante o consumo de um charuto é maior que a quantidade queimada em um cigarro: um charuto contém entre 5 e 17 gramas de tabaco, e um cigarro contém em média 0,8 a 1,0. Por isso, os teores dos compostos tóxicos e cancerígenos são também maiores. Por exemplo, um cigarro contém cerca de 1 mg de nicotina, enquanto que um charuto de marca popular entre 100 e 200 mg de nicotina, já tendo sido encontrado charutos com 444 mg. Com isso, a nicotina na fumaça de um único charuto pode ser comparável a um cigarro e até um maço ou mais de cigarros. Assim, fumar um charuto pode equivaler a fumar 20 cigarros.
Outro fator de elevada toxicidade nos charutos é que os teores das N-Nitrosaminas Específicas do Tabaco (TSNA), que estão entre as substâncias conhecidas de maior potencial cancerígeno para o homem, são mais elevados na fumaça dos charutos que na fumaça de cigarros.
Quem fuma charuto apresenta um aumento de 45% no risco de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 27% mais chances de sofrer de doenças cardíacas. “O charuto mantém as folhas do tabaco inteiras e não possui filtro, intensificando os danos”.
A conselheira Sabrina Presman, da Associação de Estudos sobre Álcool e Drogas, explica que a folha usada no charuto é queimada ao sol, diferente dos cigarros industrializados, nos quais a folha é queimada em um forno a altas temperaturas. “Essa diferença altera o pH da folha, fazendo com ela seja absorvida pela mucosa da boca em vez de pelo pulmão”, explica Sabrina. Por conta disso e pela falta de filtro, o risco de o fumante desenvolver câncer de boca aumenta em relação ao cigarro industrializado.
Porque a Nicotina Faz Mal à Saúde?
Todos os derivados do tabaco, que podem ser usados nas formas de inalação (cigarro, charuto, cachimbo, narguilé, cigarro de palha), aspiração (rapé) e mastigação (fumo-de-rolo), são nocivos à saúde. No período de consumo desses produtos são introduzidas no organismo cerca de 4.720 substâncias tóxicas, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 60 substâncias cancerígenas, como agrotóxicos e elementos radioativos.
O cigarro apresenta em torno de 4.700 substâncias tóxicas; entre elas, as que mais preocupam são a nicotina, que causa dependência química, o alcatrão, responsável pelo aparecimento de diversos tipos de câncer, e o monóxido de carbono, que provoca envelhecimento precoce.
Com o passar do tempo e a exposição prolongada, essas substâncias podem causar também mudanças na cavidade bucal capazes de levar a uma série de riscos mais graves como câncer, doença periodontal (infecção da gengiva e dos ossos ao redor dos dentes), mau hálito, perda do paladar e do olfato, manchas nos dentes, entre outros.
Devido a isso, o fumante deve realizar visitas ao dentista periodicamente, para acompanhar a saúde bucal, dos dentes, gengivas e, principalmente, da mucosa. De acordo com o dentista clínico geral, Ricardo Alves Magalhães, “os problemas vão desde alterações no hálito, até câncer que se manifesta sob a forma de feridas na boca ou no lábio de difícil cicatrização, caroços, inchaços, áreas de dormência, sangramentos sem causa conhecida, dor que não melhora e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas”, explica.
Segundo ele, o risco de desenvolver algum desses problemas aumenta progressivamente quanto maior for o número de cigarros consumidos.
A primeira coisa a considerar é que na fumaça do cigarro não há apenas nicotina e alcatrão. Testes laboratoriais demonstram nela existirem centenas de compostos comprovadamente cancerígenos que agridem a mucosa da boca. Além disso, ela sai do cigarro-charuto muito quente. Portanto, os danos à mucosa não advêm apenas dos agentes químicos, mas também da agressão térmica resultante da alta temperatura em que a fumaça é absorvida.
O que causa dependência ao Tabaco?
A nicotina, que é encontrada em todos os derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros) é a droga que causa dependência. Essa substância é psicoativa, isto é, produz a sensação de prazer, o que pode induzir ao abuso e à dependência. A dependência à nicotina é incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde – (CID).
Ao ser inalada produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, heroína e álcool. Depois que a nicotina atinge o cérebro, libera várias substâncias (neurotransmissores) que são responsáveis por estimular a sensação de prazer explicando-se assim as boas sensações que o fumante tem ao fumar.
Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de tolerância à droga. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros. Com a dependência, cresce também o risco de se contrair doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte
A nicotina exerce sua ação farmacológica ligando-se a receptores colinérgicos nicotínicos (nAchR).
Esses receptores são pentâmeros compostos por diferentes combinações de cadeias de polipeptídios, denominadas a e b e estão presentes nos gânglios autonômicos, junção neuromuscular e sistema nervoso central (SNC). Diferentes combinações dessas subunidades estão dispostas na membrana celular formando um canal iônico. A ligação da nicotina com esses receptores promove alterações conformacionais e abertura desses canais, promovendo o influxo de cátions (Na+ e Ca2+). No SNC, a nicotina exerce seus efeitos interagindo com nAchRs pré-sinápticos localizados nos terminais dos axônios. A estimulação desses receptores resulta no aumento da liberação de vários neurotransmissores
A nicotina é o componente responsável pelo vício. Ela atua como um estimulante do sistema nervoso. Substitui uma substância natural produzida pelo organismo, que transmite as informações entre os neurônios.
Enquanto fuma, a pessoa tem a sensação de prazer e bem-estar. Por ser passageira, essa sensação gera ansiedade e mal-estar, o que leva a pessoa a sentir a necessidade de consumir outro cigarro.
Cria-se então uma dependência orgânica e psicológica pelo fumo. Cem cigarros fumados são suficientes para causar dependência.
Ação da Nicotina No Sistema Nervoso
As ações da nicotina se fazem fundamentalmente através do sistema nervoso autônomo. A nicotina se liga a receptores colinérgicos nos gânglios autônomos, na medula adrenal, na junção neuromuscular e no sistema nervoso central.
Ocorre uma resposta bifásica, em geral com estímulo colinérgico inicial, seguido de antagonismo dependendo das doses empregadas. Pequenas doses de nicotina agem nos gânglios do sistema nervoso autônomo, inicialmente como estímulo a neurotransmissão e, subsequentemente, como depressor. O uso de altas doses de nicotina tem rápido efeito estimulante seguido de efeito depressor duradouro. Sobre o sistema nervoso central, a nicotina age através de várias vias neuroquímicas e diferentes receptores. Libera acetilcolina, noradrenalina, vasopressina e beta endorfinas. Inibe a liberação de substância P e hormônio estimulante alfa melanocítico. Os efeitos sobre a serotonina dependem da via de administração e do local do cérebro estudado. A nicotina, à semelhança de outras drogas que causam dependência, ativa o sistema dopaminérgico mesolímbico. Essas ações aumentam o estado de atenção e sensação de bem estar, aumentam a capacidade de memória e provocam dependência. Observam-se ainda tremores das extremidades e, em doses maiores, até convulsão . O efeito emético se faz sobre a medula oblonga . O fumante ajusta seu comportamento de fumo, com o objetivo de regular a concentração plasmática de nicotina, de acordo com suas necessidades. Benowitz 7 observou que o uso de cigarros com baixos teores aumenta o número de cigarros fumados. Sobre o sistema cardiovascular, a ação se faz fundamentalmente através do estímulo adrenérgico. Receptores colinérgicos nicotínicos ativam gânglios autonômicos com subseqüente liberação de noradrenalina pós ganglionar e adrenalina da medula supra-renal 4. Observam-se, como efeito clínico, taquicardia e hipertensão arterial 8 . Aronow e col 9 constataram aumento da freqüência cardíaca em fumantes que fumavam cigarro com nicotina mas não naqueles que usavam cigarro sem nicotina. A nicotina provoca ainda vasoconstricção periférica com redução da temperatura cutânea e aumento da resistência periférica 10. Sobre o aparelho digestivo a ação estimulante se faz através do parassimpático aumentando a motilidade intestinal. A nicotina age sobre o sistema enzimático hepático e intestinal estimulando sua ação e aumentando a velocidade de metabolização de fármacos exógenos e produtos endógenos 6-11. Estimula ainda a liberação de prolactina, hormônio de crescimento, vasopressina, betaendorfinas, cortisol, e hormônio adreno corticotrópico (ACTH) 12,13 É metabolizada primariamente pelo fígado e, parcialmente, eliminada in natura pelo rim. O principal metabólito é a cotinina excretada pelo rim. Devido às diferentes ações farmacológicas, a nicotina circulante administrada através do hábito de fumar ou dos adesivos e gomas de mascar contendo nicotina, interage com uma série de medicamentos, modificando sua ação ou exigindo maiores doses para sua ação plena. Por outro o fato de abandonar o hábito de fumar pode exigir adequação das doses dos fármacos.
O envolvimento do sistema mesolímbico nos efeitos reforçadores da nicotina também foi demonstrado em humanos. Assim, Stein et al., (1998) utilizaram a técnica de ressonância magnética para investigar quais regiões do SNC são ativadas após a administração intravenosa de nicotina (0,75; 1,50 e 2,25 mg/70 kg). Os autores demonstraram que a nicotina ativa o núcleo acumbens, a amígdala, o tálamo límbico e o lobo cortical frontal.
Efeitos Do Tabagismo no Cérebro
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.
A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco.
Efeitos do Tabagismo no resto do corpo
A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora.
Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca queda da contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da vasoconstricção e na força das contrações cardíacas.
EFEITOS TÓXICOS
A fumaça do cigarro contém várias substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de algumas doenças como por exemplo a pneumonia, câncer de pulmão, problemas coronarianos, bronquite crônica, além de câncer em regiões do corpo que entram em contato direto com a fumaça como garganta, língua, laringe e esôfago. O risco de ocorrência de enfarte do miocárdio, angina e derrame cerebral é maior nos fumantes quando comparado aos não fumantes.
Existem evidências de que a nicotina pode provocar úlceras gastro-intestinais. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarreia, vômitos, cefaleia, tontura, bradicardia e fraqueza.
Sistema Sensorial
- A sensibilidade geral refere-se à sensibilidade somática e à sensibilidade visceral. A sensibilidade somática inclui as sensações táteis (tato, pressão, vibração, coceira e cócegas), as sensações térmicas (calor e frio); as sensações de dor e as sensações proprioceptivas que permitem a percepção tanto das posições estáticas (imóveis) dos membros e partes do corpo (sensação de posição de articulações e músculos) quanto dos movimentos dos membros e da cabeça. A sensibilidade visceral fornece informações com relação às condições dentro dos órgãos internos.
- Os sentidos especiais incluem as modalidades de olfato, gustação/paladar, visão, audição e equilíbrio.
Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados são diversos.
Assim, o processo de sensibilidade começa em um receptor sensitivo, que é uma célula especializada ou dendritos de um neurônio sensitivo. Um dado receptor sensitivo responde intensamente a um tipo específico de estímulo, uma mudança no ambiente que ativa certos receptores sensitivos. Um receptor sensitivo responde apenas fracamente, ou não responde de forma alguma, a outros estímulos. Esta característica dos receptores sensitivos é conhecida como seletividade.
Tipos de receptores sensitivos
1) Exteroceptores: estão localizados na superfície externa do corpo ou próximo a ela e respondem a estímulos externos (originados fora do organismo), fornecendo informações externas sobre sensações de audição, visão, olfato, paladar, tato, pressão, vibração, temperatura e dor.
2) Interoceptores ou Visceroceptores: estão localizados nos vasos sanguíneos, nos órgãos viscerais, nos músculos e no sistema nervoso; respondem a estímulos viscerais, monitorando as condições do ambiente interno.
3) Proprioceptores: estão localizados nos músculos, tendões, articulações e orelha interna, fornecendo informações a respeito da posição do corpo, extensão e tensão do músculo e posição e movimento das articulações
Uma outra forma de agrupar os receptores sensitivos é de acordo com o tipo de estímulo que detectam. Podem ser:
1) Mecanorreceptores: são sensíveis aos estímulos mecânicos, como deformação, estiramento ou dobramento das células. Os mecanorreceptores fornecem sensações de tato, pressão, vibração, propriocepção, audição e equilíbrio. Além disso, monitoram, também, o estiramento dos vasos sanguíneos e órgãos internos.
2) Termorreceptores: detectam mudanças na temperatura.
3) Nociceptores: respondem a estímulos dolorosos resultantes de lesão física ou química ao tecido.
4) Quimiorreceptores: detectam substâncias químicas na boca (gustação), nariz (odor) e líquidos corporais.
5) Fotorreceptores: detectam a luz que atinge a retina.
Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa; mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais.
Dessa maneira:
pelo tato – sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc;
pela gustação – identificamos os sabores;
pelo olfato – sentimos o odor ou cheiro;
pela audição – captamos os sons;
pela visão – observamos as cores, as formas, os contornos, etc.
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos externos. Esses órgãos são:
a pele – para o tato;
a língua – para a gustação;
as fossas nasais – para o olfato;
os ouvidos – para a audição;
os olhos – para a visão.
A GUSTAÇÃO
Os sentidos gustativo e olfativo são chamados sentidos químicos, porque seus receptores são excitados por estimulantes químicos. Os receptores gustativos são excitados por substâncias químicas existentes nos alimentos, enquanto que os receptores olfativos são excitados por substâncias químicas do ar. Esses sentidos trabalham conjuntamente na percepção dos sabores. O centro do olfato e do gosto no cérebro combina a informação sensorial da língua e do nariz.
O receptor sensorial do paladar é a papila gustativa. É constituída por células epiteliais localizadas em torno de um poro central na membrana mucosa basal da língua. Na superfície de cada uma das células gustativas observam-se prolongamentos finos como pêlos, projetando-se em direção da cavidade bucal; são chamados microvilosidades. Essas estruturas fornecem a superfície receptora para o paladar.
Observa-se entre as células gustativas de uma papila uma rede com duas ou três fibras nervosas gustativas, as quais são estimuladas pelas próprias células gustativas. Para que se possa sentir o gosto de uma substância, ela deve primeiramente ser dissolvida no líquido bucal e difundida através do poro gustativo em torno das microvilosidades. Portanto substâncias altamente solúveis e difusíveis, como sais ou outros compostos que têm moléculas pequenas, geralmente fornecem graus gustativos mais altos do que substâncias pouco
solúveis difusíveis, como proteínas e outras que possuam moléculas maiores.
A gustação é primariamente uma função da língua, embora regiões da faringe, palato e epiglote tenham alguma sensibilidade. Os aromas da comida passam pela faringe, onde podem ser detectados pelos receptores olfativos.
IMPORTÂNCIA DO OLFATO NO PALADAR
Muito do que chamamos gosto é, na verdade, olfato, pois os alimentos, ao penetrarem na boca, liberam odores que se espalham pelo nariz. Normalmente, a pessoa que está resfriada afirma não sentir gosto, mas, ao testar suas quatro sensações gustativas primárias, verifica-se que estão normais.
As sensações olfativas funcionam ao lado das sensações gustativas, auxiliando no controle do apetite e da quantidade de alimentos que são ingeridos.
TRANSMISSÃO DE ESTÍMULOS AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
As vias de transmissão dos estímulos gustativos ao tronco cerebral e daí ao córtex cerebral. Os estímulos passam das papilas gustativas na boca ao tracto solitário, localizado na medula oblonga (bulbo). Em seguida, os estímulos são transmitidos ao tálamo; do tálamo passam ao córtex gustativo primário e, subsequentemente, às áreas associativas gustativas circundantes e à região integrativa comum que é responsável pela integração de todas as sensações.
Sistema Sensorial e Tabagismo
O olfato e o paladar são percepções sensoriais facilmente afetadas por agentes externos. Quando uma dessas capacidades de reconhecimento sensorial está alterada, geralmente também é possível identificar modificações no outro sistema sensitivo, indicando a influência de um sobre o outro, possibilitando a ocorrência de déficits simultâneos. Muitos são os acometimentos que podem alterar essas capacidades perceptivas, tais como alterações da função ou da estrutura nasal e oral, traumatismos e patologias neurológicas; inclusive o período gestacional é capaz de modificar temporariamente o reconhecimento de odores e sabores. Um dos fatores que pode alterar significativamente a sensibilidade de receptores olfativos e gustativos é o tabagismo
Obs1:A exposição constante do tecido olfatório à fumaça gera a diminuição da capacidade natural de produção de novas células sensoriais e induz o aumento do número de apoptoses desse tecido, acarretando, assim, a perda de reconhecimento do odor.
Especificamente em relação aos aspectos da saúde fonoaudiológica, sabe-se que o tabagismo é capaz de gerar influência negativa no processo alimentar devido aos acometimentos olfativos e gustativos, causados pela exposição contínua à fumaça, a qual pode alterar estrutural e funcionalmente a capacidade de detecção e percepção de estímulos por esses receptores sensoriais(11). Essa modificação ocorre não apenas pela aspiração de fumaça pelo fumante, mas também pela inalação de fumaça em ambientes fechados, como no caso de fumantes passivos o tabagismo está intrinsicamente ligado à nutrição, que se mostra evidentemente relevante durante o intenso processo que é livrar-se da nicotina. Um dos malefícios causados aos tabagistas se dá no estado nutricional. A nicotina altera o sistema digestivo, provoca diminuição da contração do estômago, dificultando a digestão (UNIFESP,2001) e altera significativamente mecanismos sensoriais, como o paladar e olfato (Neto e colaboradores, 2010).
Fumantes Passivos
Tabagismo passivo é a inalação da fumaça de derivados do tabaco, tais como cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo, narguilé e outros produtores de fumaça, por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados respirando as mesmas substâncias tóxicas que o fumante inala.
A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes que constituem-se de duas fases fundamentais: a particulada e a gasosa. A fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão.
Alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato.
O monóxido de carbono (CO) tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças como a aterosclerose.
A nicotina é considerada pela OMS uma droga psicoativa que causa dependência. A nicotina age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega em torno de 7 a 19 segundos ao cérebro. Por isso, o tabagismo é classificado como doença e está inserido no Código Internacional de Doenças (CID-10) no grupo de transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substância psicoativa. Além disso, a nicotina aumenta a liberação de catecolaminas, causando vasoconstricção, acelerando a frequência cardíaca, causando hipertensão arterial e provocando adesividade plaquetária. A nicotina juntamente com o monóxido de carbono, provoca diversas doenças cardiovasculares. Além disso, estimula no aparelho gastrointestinal a produção de ácido clorídrico, o que pode causar úlcera gástrica. Também desencadeia a liberação de substâncias quimiotáxicas no pulmão, que estimulará um processo que irá destruir a elastina, provocando o enfisema pulmonar.
A fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde homogeneamente no ambiente, contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. A exposição involuntária à fumaça do tabaco pode acarretar desde reações alérgicas (rinite, tosse, conjuntivite, exacerbação de asma) em curto período, até infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) em adultos expostos por longos períodos. Em crianças, aumenta o número de infecções respiratórias.
Em 2011, houve um grande avanço que tem contribuído para que não haja mais a poluição tabagística ambiental nos recintos fechados. Houve a aprovação da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro, que proíbe o fumo em local fechado em todo País.
Assim, o fumante deve ter conhecimento de que a fumaça do seu cigarro ou de outro produto derivado do tabaco pode causar doenças nas pessoas com quem convive em casa, no trabalho e em demais espaços coletivos e que não existe nível seguro de exposição à fumaça.
A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco em seu artigo 8º, recomenda que os países signatários elaborem, adotem e apliquem leis que garantam ambientes fechados 100% livres de fumo em locais fechados de trabalho, meio de transporte público, entre outros. Zelar pela saúde pública é um compromisso que deve ser assumido por todos: patrões, empregados, usuários de serviços públicos e privados, enfim toda a população pois a Constituição da República estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos” (art. 196), se sobrepondo dessa forma aos direitos estritamente individuais e aos interesses de determinados grupos ou classes sociais e econômicas.
Dor nas Costas X Tabagismo
Normalmente citado como o causador de diversas doenças respiratórias, do coração e por provocar câncer, o cigarro também pode ser responsável pelo aparecimento de dores nas costas.
Isso ocorre porque a fumaça do cigarro reduz a circulação sanguínea nos platôs (amortecedores naturais) do disco invertebral. Essa diminuição dificulta a chegada de nutrientes na região, fazendo com que os discos ressequem e se desgastem. Além disso, a nicotina e outras substâncias encontradas no cigarro reduzem o diâmetro dos pequenos vasos, inibindo o aporte de oxigênio que as células recebem através do sangue.
OBS: como o desgaste da coluna é um fator progressivo, quanto mais cedo a pessoa começar a fumar, maiores são as chances de desenvolver problemas na coluna.
Os nociceptores iniciam respostas protetora:
Os nociceptores são neurônios com terminações nervosas livres, os quais respondem a vários estímulos nocivos intensos (químico, mecânico ou térmico) que causam ou têm potencial para causar dano tecidual. Os nociceptores são encontrados na pele, nas articulações, nos músculos, nos ossos e em vários órgãos internos, mas não no sistema nervoso central. A ativação da via nociceptiva inicia respostas adaptativas protetoras.
Por exemplo, o desconforto do uso excessivo de nossos músculos e articulações nos alerta a ir com mais calma, afim de evitar mais danos a essas estruturas.
Os sinais aferentes dos nociceptores são levados ao SNC por dois tipos de fibras sensoriais primárias: fibras A (A-delta) e fibras C.
A dor é uma percepção subjetiva, a interpretação do encéfalo sobre a informação sensorial transmitida pelas vias que se iniciam nos nociceptores. A dor é individual e multidimensional, e pode variar de acordo com o estado emocional da pessoa.
A dor rápida, descrita como aguda e localizada, é rapidamente transmitida ao SNC por fibras finas mielinizadas do tipo A. A dor lenta, descrita como surda e mais difusa, é transmitida por fibras finas não mielinizadas do tipo C.
O prurido é proveniente somente de nociceptores da pele e é característico de muitas erupções cutâneas e outras doenças da pele.
Vias da nocicepção:
Os agentes químicos que desencadeiam respostas inflamatórias no local da lesão no tecido ativam nociceptores ou os sensibilizam por reduzir seu limiar de ativação. As substâncias químicas locais liberadas em consequência da lesão tecidual incluem K, histamina e prostaglandinas, liberadas pelas células lesionadas; serotonina liberada por plaquetas ativadas pelo dano tecidual; e o peptídeo substância P, secretado pelos neurônios sensoriais primários. A sensibilidade à dor aumentada no local do dano tecidual é denominada dor inflamatória.
A ativação do nociceptor pode seguir duas vias: (1) respostas protetoras reflexas, que são integradas na medula espinal (reflexos espinais [p. 285]), e (2) vias ascendentes para o córtex cerebral, responsáveis pela sensação consciente (dor ou prurido). Os neurônios nociceptivos primários fazem sinapses com interneurônios nas respostas reflexas espinais ou em neurônios secundários que se projetam ao encéfalo.
Os neurônios sensoriais secundários cruzam a linha média do corpo na medula espinal e ascendem ao tálamo e áreas sensoriais do córtex. As vias também enviam ramos para o sistema límbico e para o hipotálamo. Como resultado, a dor pode ser acompanhada de manifestação emocional (sofrimento) e várias reações neurovegetativas (autônomas), como náuseas, vômitos e sudorese.
Quando o estímulo doloroso se origina nos receptores viscerais, o encéfalo não é capaz de distinguir os sinais viscerais dos sinais mais comuns, originados nos receptores somáticos. Consequentemente, a dor é interpretada como proveniente das regiões somáticas, e não das vísceras.
Modulação da dor:
A dor também pode ser suprimida no corno dorsal da medula espinal, antes que os estímulos cheguem aos tratos espinais ascendentes. Os interneurônios inibidores tonicamente ativos da medula espinal geralmente inibem as vias ascendentes da dor. As fibras C nociceptivas fazem sinapses nesses interneurônios inibidores. Quando ativadas por um estímulo doloroso, as fibras C simultaneamente excitam a via ascendente e bloqueiam a inibição tônica . Essa ação permite que o sinal de dor da fibra C siga para o encéfalo sem impedimento.
Na teoria do portão para a modulação da dor, as fibras A que levam informação sensorial de estímulos mecânicos ajudam a bloquear a transmissão da dor. As fibras A fazem sinapse com interneurônios inibidores e aumentam a atividade inibidora dos interneurônios. Se estímulos simultâneos de fibras C e A chegam ao neurônio inibidor, a resposta integrada é a inibição parcial da via ascendente da dor, de modo que a dor percebida pelo cérebro é menor.
CURIOSIDADE:
ENZIMA IMPEDE A NICOTINA DE ENTRAR NO CÉREBRO E CURA VÍCIOS EM RATOS
Uma equipe do Instituto de Pesquisa Scripps – um centro de pesquisa biomédica sem fins lucrativos localizado na Califórnia – descobriu uma enzima que impede a nicotina (princípio ativo do tabaco) de chegar ao cérebro. Se ela funcionar tão bem em seres humanos quanto nos testes com camundongos, pode se tornar a base de um tratamento eficaz para o vício em cigarro. As terapias disponíveis hoje não são muito boas em evitar recaídas: algo entre 80% e 75% dos ex-fumantes volta à droga num prazo de 12 meses.
A enzima atende pelo código NicA2-J1 e é produzida por bactérias da espécie Pseudomonas putida com o DNA modificado sob medida para as necessidades dos cientistas. Ela atua na corrente sanguínea e “digere” a molécula de nicotina antes que ela possa atuar no sistema nervoso. Nas palavras dos pesquisadores, “essa abordagem pode permitir uma redução progressiva do nível de dependência, levando a uma diminuição do desejo e evitando as recaídas que são induzidas pela re-exposição à droga.”
Obs2: O cigarro apresenta em torno de 4.700 substâncias tóxicas; entre elas, as que mais preocupam são a nicotina, que causa dependência química, o alcatrão, responsável pelo aparecimento de diversos tipos de câncer, e o monóxido de carbono, que provoca envelhecimento precoce.
Com o passar do tempo e a exposição prolongada, essas substâncias podem causar também mudanças na cavidade bucal capazes de levar a uma série de riscos mais graves como câncer, doença periodontal (infecção da gengiva e dos ossos ao redor dos dentes), mau hálito, perda do paladar e do olfato, manchas nos dentes, entre outros.
Devido a isso, o fumante deve realizar visitas ao dentista periodicamente, para acompanhar a saúde bucal, dos dentes, gengivas e, principalmente, da mucosa. De acordo com o dentista clínico geral, Ricardo Alves Magalhães, “os problemas vão desde alterações no hálito, até câncer que se manifesta sob a forma de feridas na boca ou no lábio de difícil cicatrização, caroços, inchaços, áreas de dormência, sangramentos sem causa conhecida, dor que não melhora e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas”, explica.
Segundo ele, o risco de desenvolver algum desses problemas aumenta progressivamente quanto maior for o número de cigarros consumidos.
Obs3: Desde 2002, o Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde vem organizando uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar. O tratamento é realizado por profissionais de saúde de nível superior e composto de uma avaliação individual, passando depois por consultas individuais ou sessões de grupo de apoio, nas quais o paciente fumante entende o papel do cigarro na sua vida, recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar, e principalmente como viver sem cigarro. Durante as quatro primeiras reuniões de grupo (ou consultas individuais) são fornecidos manuais de apoio com informações sobre cada uma das sessões. Também são fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina. Procure o coordenador do controle de tabagismo no seu Estado, município ou postos de saúde próximos de sua casa ou do trabalho, e se informe sobre os locais e horários de tratamento do tabagismo.
Bibliografia
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